Revisão: Concerto em Belfast

Na noite passada na Odyssey Arena, em Belfast, este escritor pela primeira vez na sua vida ficou feliz por quase ter ficado surdo. Porque o som de 8700 jovens raparigas a gritar em conjunto pelos One Direction seria sem dúvidas agonizante em outro caso. A multidão do primeiro dos 4 concertos esgotados da boy band em Belfast nesta semana foi praticamente insano a qualquer momento que um dos membros cantava, falava ou se movia.

O público era na maioria menor de 18 e quase que exclusivamente raparigas – sem surpresas então porque o palco estava preparado para os One Direction.

Na verdade, pode-se dizer que parecia que os únicos homens no espaço eram os que estavam no palco e os seguranças que impediam que qualquer multidão histérica chegasse a eles.

Depois de um vídeo de introdução, Niall, Zayn, Liam, Harry e Louis saíram delicadamente detrás das telas.

Talvez eles estivessem assustados com a intensa recepção, ou talvez ainda se estejam a acostumar com a sua surpreendente fama global, que os fez rivais até dos Beatles nas vendas de singles.

A lutar para serem ouvidos por cima dos gritos, eles começaram com Up All Night seguido de I Would e Heart Attack.

A plateia os acompanhou desde o começo e cantou junto todas as palavras de todas as músicas superficiais dos finalistas do X Factor.

Está barulhento aqui, reforçou o Irlandês Niall, de Mullingar.

Todas as jovens raparigas no local pareciam estar vestidas para impressionar o seu membro favorito.

Mas há um lado dos 1D que eles devem saber o quão maluca toda a impresa é e estao apenas a divertir-se com isso.

Num intervalo o quinteto respondeu aos tweets de alguns membros da plateia e cantou e dançou um trecho de The Fresh Prince of Bel-Air e U Can’t Touch This, o que certamente mostrou que eles têm senso de humor.

Eles também passaram uma brilhante série de vídeos a mostrar os vocalistas em vários disfarces “a pregar partidas” em pessoas pelas ruas de Londres.

Você também deve respeitar o facto dos One Direction actuarem na noite passada sem precisar de uma esquadra de dançarinos de fundo, um palco elaborado demais nem das características normais, horríveis de boybands.

Foi apenas eles e uma banda, a chamar a atenção em calças jeans, camisolas dos Ramones e cabelo bagunçado, com um desvio ocasional para um palco secundário no centro da arena.

Claro, o cover do grupo de One Way Or Another de Blondie’s e Teenage Kicks de Undertones não são nem a sombra das originais, mas não dá para negar a emoção de ouvir a arena cheia de crianças – muitos que não nasceram nem no século passado, tão menos em 1970 – a cantar juntos o clássico punk.

Mas a melhor parte na cidade teve que ir á tona em alguma hora.

Depois de quase 2 horas de demência, gritos, bombardeio de pop-rock, estava a ficar difícil para este escritor processar o que estava a acontecer ao seu redor.

Rock Me pareceu muito contagiante, assim como uma chamada She’s Not Afraid, enquanto Live While We’re Young com certeza resumiu o humor do momento.

Acho que vi Zayn a dar uma nota de “pelo menos 12″ numa escala de 0 a 10 e tenho quase certeza de que vi Niall a brandir uma guitarra.

Se tudo estava a começar a misturar-se em um grito cheio de hormônios, então é o grande problema deste velho, e não dos One Direction, que tem pelo menos cinco anos antes de começarem a pensar em carreiras a solo ou turnês de reunião.

E Justin Bieber poderia aprender algumas coisas com a pontualidade da banda.

Quaisquer pais a ler esta revisão que estarão a ser arrastados para um dos próximos concertos na semana ficarão felizes de saber que a banda foi para o palco às 20:30 e terminaram às 22:30.

Em compensação, as filas para sair do estacionamento estavam mais No Direction do que One Direction.

Fonte: Belfast Telegraph